A decisão de Deus em se compadecer do povo que ele mesmo afligia pelo pecado.
INTRODUÇÃO
Boa noite, meus irmãos. Quero ler com vocês um texto paralelo ao de Joel, que já foi lido. Está lá em Atos capítulo 2. Vamos ler dos versos 1 ao 21
1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2 De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. 5 Estavam morando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 6 Assim, quando se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que foi tomada de perplexidade, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 Estavam atônitos e se admiravam, dizendo: — Vejam! Não são galileus todos esses que aí estão falando? 8 Então como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9 Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, 10 da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, 11 tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes. Como os ouvimos falar sobre as grandezas de Deus em nossas próprias línguas? 12 Todos, atônitos e perplexos, perguntavam uns aos outros: — O que será que isso quer dizer? 13 Outros, porém, zombando, diziam: — Estão bêbados! 14 Então Pedro se levantou, junto com os onze, e, erguendo a voz, dirigiu-se à multidão nestes termos: — Homens da Judeia e todos vocês que moram em Jerusalém, tomem conhecimento disto e prestem atenção no que vou dizer. 15 Estes homens não estão bêbados, como vocês estão pensando, porque são apenas nove horas da manhã. 16 Mas o que está acontecendo é o que foi dito por meio do profeta Joel: 17 "E acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que derramarei o meu Espírito sobre toda a humanidade. Os filhos e as filhas de vocês profetizarão, os seus jovens terão visões, e os seus velhos sonharão. 18 Até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei o meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. 19 Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo da terra: sangue, fogo e nuvens de fumaça. 20 O sol se transformará em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. 21 E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." (Atos 2:1-21)
Foi uma leitura um pouco extensa, eu reconheço, mas acredito que fundamental para termos uma maior e melhor ponto de contato com o texto de Joel. A primeira pregação realizada pelos apóstolos após a descida do Espírito Santo no dia de pentecostes, carrega em si a explicação e aplicação do texto de Joel 2, dos versos 28 ao 32, conforme nós lemos.
Acredito que diante disso vocês possam ter entendido como esta passagem, escrita cerca de 9 séculos antes de Cristo, tem uma importância fundamental para o cristianismo e anúncio do Evangelho. Pedro afirma que aqueles dias anunciavam o grande e glorioso Dia do Senhor. Que naquele momento de fundação da igreja, igreja do Senhor Jesus, à qual pertencemos e fomos unidos pelo seu Santo Espírito, cumpria-se mais uma das muitas promessas de bênçãos e misericórdias de Deus, mas também do juízo vindouro.
E o que temos aqui? A narração do derramar do Espírito que encheu a casa onde os discípulos de Jesus estavam reunidos e que impactou diretamente a vida de muitos homens, piedosos, vindo de todas as nações debaixo do céu.
E o que estes discípulos cheios do Espírito diziam? E o que estes homens piedosos de todas as nações ouviam? Eles profetizavam, ou seja, anunciavam uma mensagem da parte de Deus, inteligível aos ouvintes em sua língua materna. Uma mensagem baseada naquilo que o próprio Deus manifestava a eles por meio do Espírito e de visões, pois como o mesmo texto fala, viram o espírito como fogo, pousando uns sobre os outros.
Temos aqui um cumprimento claro de Derramar do Espírito, visões e profecias, sobre jovens e velhos, filhos e servos, incluindo uma declaração do próprio Pedro, apóstolo, do cumprimento direto desta profecia anunciada por Joel a tantos anos atrás.
Este cumprimento nos alcança até o hoje, pois somos a igreja, povo de Deus, morada do Santo Espírito que foi derramado, incumbidos de anunciar as boas novas de salvação, a palavra profética do Senhor, até que Jesus Cristo volte, e assim se cumpra o Dia do Senhor.
Temos muito mais coisas a serem exploradas ainda esta noite neste texto. Mas quero que os irmãos entendam e creiam que não são apenas paralelismos, ou aplicações modernas de situações antigas registradas num livro qualquer. O texto bíblico, a Palavra de Deus não é como um livro de filosofia com máximas, nem uma coletânea de fábulas com ensinos morais que podem ser aplicados de alguma maneira ao contexto de cada ser humano e em cada sociedade.
O texto bíblico é o registro daquilo que o próprio Deus decidiu revelar ao homem a respeito de si, de seus propósitos e de quem nós somos, suas promessas e desígnios, para que a partir destes pudéssemos perseverar em meio a um mundo caído que aguarda a redenção divina.
Estas coisas são um relato da verdade e da realidade. As reflexões e aplicações pessoais e imediatas só o são factíveis e valiosas por causa deste santo Espírito que nos conduz ao entendimento da verdade (João 16:13) e nos capacita a agradar a Deus (João 4:23-24).
Dito isso, voltemos então para o Texto de Joel na esperança de pelo Espírito que foi derramado, eu e você sermos por ele ministrados através da Palavra que está sendo pregada. Quero que tenham em mente que o propósito destes versos e revelar como o Deus bondoso e misericordioso a quem servimos, o mesmo Deus que criou todo o universo, todo o cosmos, é o mesmo ontem hoje e sempre, e se alegra em abençoar aos homens, cuidar da terra e corrigir do mal tudo e todos que lhe pertencem.
PONTO 1 – DEUS SE COMPADECE (Verso 18)
18 Então o Senhor teve grande amor pela sua terra e se compadeceu do seu povo. (Joel 2:18)
Recapitulando o que foi pregado nos últimos finais de semana, Joel é um livro de difícil contextualização geográfica e temporal pela ausência de citações a respeito dos reis ou líderes que regiam tanto Israel quanto as nações vizinhas. Mas que dentro das opiniões dos estudiosos, concordamos que ele esteja situado por volta do nono século antes de Cristo. Que ele pregou, muito provavelmente em Jerusalém, e que, apesar de não tratar de um pecado explícito do povo, ele traz uma mensagem de juízo divino sobre uma nação que havia se afastado dos caminhos do seu Deus. A primeira parte deste livro narra uma destruição, um desastra natural por assim dizer, promovida por três ondas de enxames de gafanhotos que assolaram a terra.
Três ondas de destruição e assolação que retiraram o sustento e a capacidade de sustento de todas as classes sociais daquele povo, desde os bêbados que se viram incapazes de alimentar seus vícios, dos agricultores que viram todo o trabalho de suas vidas se consumindo, até mesmo os sacerdotes que se viram incapazes de continuar prestando o culto devido a Deus.
Vimos que o profeta de Deus registra a forma impactante e irresistível como estes exércitos marchariam sobre a terra e de como eram regidos pela voz do próprio Deus, prenunciando em seu avanço a proximidade do Dia do Senhor! Sim, dia este em que o Deus dos céus e da terra derramaria seu juízo em meio aos homens.
Entretanto, junto a mensagem de juízo inevitável, Joel trouxe também consigo, da parte de Deus, um convite ao arrependimento, que apontava para o caráter longânimo, benevolente e misericordioso do Criador, que prometia perdão e livramento ao seu povo, para aqueles que realmente se arrependessem de seus pecados, rasgassem seus corações diante do seu Deus e se humilhassem debaixo da sua mão.
E é diante deste convite ao arrependimento que adentramos ao versículo 18. Então o Senhor teve grande amor pela sua terra e se compadeceu de seu povo. Esta construção nos revela ao menos 3 coisas. Primeiro, que a palavra de Deus profetizada por meio de Joel alcançou verdadeiramente os corações do povo e de seus líderes. Segundo, que o pranto de arrependimento foi aceito por Deus e que, por causa de seu amor para com aquela nação que Ele mesmo formou, Deus decidiu compadecer-se da situação de destruição que enfrentavam.
E os versos seguintes falam a respeito deste amor e desta compaixão de Deus, argumentando em uma linha cronológica o que Deus decidiu operar em meio ao seu povo, para o livrar do sofrimento em que estava lançado devido ao pecado. A compaixão de Deus o leva a abençoar, cuidar e corrigir. Veremos a frente como até mesmo na disciplina está a presença da compaixão de Deus. O próprio pastor Davi verbalizou na pregação anterior, como até mesmo livrar o homem da árvore da vida, de experimentar uma vida de pecado e condenação, afastado do seu propósito de existência, sem arrependimento e sem remissão de pecados, como até nisso está marcada a compaixão de um deus que não nos deixaria perdidos e abandonados à própria sorte.
PONTO 2 – DEUS ENVIA SUSTENTO IMEDIATO (Verso 19a)
19 O Senhor respondeu ao seu povo: "Eis que lhes envio o cereal, o vinho e o azeite, e vocês ficarão satisfeitos. (Joel 2:19a)
Em primeiro lugar, Deus decide enviar um sustento imediato! Após a nuvem de devastação enviada por Deus, que abalou a vida de todos os habitantes da terra, Deus responde ao clamor e ao coração contrito do povo com misericórdia e afirma que lhes envia, no presente, eis que lhes envio, sustento, cereal, azeite e vinho. Eu estou a enviar e vocês ficarão satisfeitos. Estendo até vocês aquilo que lhes falta para viver.
Esta declaração precisa nos levar a pensar um pouco sobre como Deus, no presente, atende nossas necessidades. Como Deus, nos responde mesmo quando ainda não recebemos aquilo que seria o alvo de nossas petições, como por exemplo, a cura de uma doença, o livramento de uma situação, ou um emprego, o sustento para sua casa. Em vida, e recebendo dEle a vida, continuamos clamando por saúde e qualidade de vida. Em lutas diárias, talvez endividados ou até mesmo sem expectativa de crescimento financeiro, no emprego, talvez expectativa de demissão, você continua de pé, sustentado no dia que se chama hoje.
É fato que muitos passam fome e que naquele contexto, talvez muitos já tivessem visto seus parentes, pais ou filhos, morrendo e sucumbindo diante da fome que se instalou devido ao juízo exercido por Deus. Talvez hoje você conheça, ou mesmo seja alguém que acabou de consumir o ultimo resquício de esperança, por assim dizer, daquilo que era palpável para se alimentar. Mas a resposta de Deus ao coração contrito do seu povo não foi, irei fazer isso, ou enviarei (na verdade ele fará mais e as demais coisas estão no futuro), mas sua resposta é imediata. Estendo o sustento. No presente te envio socorro. No presente eu te abençoo. Eu estou cuidando de vocês.
PONTO 3 – DEUS LIVRA DA AFRONTA E HUMILHAÇÃO (Versos 19b-20)
Nunca mais farei de vocês motivo de zombaria entre as nações. Mas o invasor que vem do Norte, eu o removerei para longe de vocês e o lançarei para uma terra seca e deserta. Lançarei a sua vanguarda para o mar oriental, e a sua retaguarda, para o mar ocidental. Subirá o seu mau cheiro, e subirá a sua podridão; porque agiu poderosamente.". (Joel 2:19b-20)
E diante deste socorro imediato, Deus envia então uma série de declarações a respeito de como iria demonstrar sua compaixão para com o povo arrependido. Além de atender imediatamente as necessidades que remetem à vida, Ele prometeu que nos livraria de seus invasores, da vergonha e da humilhação que sofriam inclusive por parte das demais nações.
Aquele povo que afirma adorar ao único e verdadeiro Deus, havia sofrido uma perda tão grande, de forma tão devastadora, que as nações ao redor lhes fizeram como personagem de piadas, de canções e de meneio. Estavam zombando deles diante de uma demonstração da fraqueza daquele Deus. Este Deus, foi exatamente quem os castigou. Aquilo que era motivo de zombaria e de dúvida por parte das outras nações, não atingia a Deus, mas sim ao povo que havia se afastado da presença do Eterno. Mas o próprio Deus, por amor de seu nome e amor pelo povo que formou, disse que iria retroceder com os exércitos que invadiram suas terras e igualmente dissuadir os risos e acusações de outras nações contra Israel.
É preciso pensarmos e reconhecermos que somos hoje embaixadores do Reino de Deus. Que a partir das nossas vidas, da igreja, Deus anuncia sua palavra em meio ao mundo e por meio do ministério de homens ainda opera os seus sinais. Mas deve ser igualmente pesaroso reconhecermos que ao darmos mal testemunho, ao pecarmos e expormos nossas vidas à reprovação, estamos carregando juntamente conosco a imagem de Deus. Esta afronta não diminuirá nunca o poder e a glória de Deus. A afronta de um cristão infiel não diminuirá nunca a fidelidade e o poder do nosso Deus, mas impedirá sim que eu e você, em pecado, possamos render a glória e o louvor que são adequados dedicar ao Pai. Este Deus declara aqui que irá restaurar a honra daqueles que o servem, não por causa da zombaria, nem porque sentiu-se ele lesado pelas palavras de homens ímpios, mas porque Ele mesmo se faria louvado entre aqueles a quem chamou a salvou. Isto é o cuidado de Deus em todos os aspectos da vida de seu povo.
PONTO 4 – DEUS CONSOLA SEU POVO ENQUANTO ESPERAM (Versos 21-22)
"Não tenha medo, ó terra; alegre-se e exulte, porque o Senhor faz grandes coisas. Não tenham medo, animais selvagens, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque as árvores darão os seus frutos, as figueiras e as videiras produzirão com vigor. (Joel 2:21-22)
Ele continua sua mensagem de consolo ao povo dizendo: Não tenham medo! Ao contrário, alegrem-se e exultem, pois eu opero coisas maravilhosas. Grandes coisas. E em seguida ele diz, não tema animais selvagens, pois os pastos do deserto reverdecerão.
Aqui pode parecer um pouco confuso, afinal, porque a Palavra de Deus se volta para os animais selvagens, os animais do campo ou mesmo para o gado? Por que ele diz para a Terra não temer se estava falando com seu povo e nação?
Quando lemos Romanos 8:22, relembramos algo que não pode passar despercebido na nossa cosmovisão. Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora.
O cristão precisa dessa lente para não acusar a natureza como culpada de suas dores, ou como agente do mal. A criação, a terra, os mares e os animais que habitam todos os espaços, bem como as plantas e até mesmo os insetos, toda a criação estava sujeita ao homem, para por ele ser administrada e dominada. Foi na queda do homem que igualmente a natureza foi sujeita à corrupção. É pelo pecado do homem que a natureza sofreu e continua sofrendo. E é próprio de louvor e de engrandecimento do nome de Deus quando toda a criação, TODA A CRIAÇÃO, é restaurada pelo movimento de arrependimento e contrição do homem em direção a Deus.
Se voltarmos no final do capítulo 1, desde o verso 18 o profeta vem falando de como as dores que precedem o dia do juízo afetam não apenas o bem estar direto do homem, mas os gados, os animais selvagens, o pasto, as árvores e até mesmo rios. Diante do castigo divino e da herança de morte precedida pelo pecado, todos sofrem e sofrem seus efeitos.
Se assim o mal, limitado, influencia os habitantes do mundo, muito maior não seria a influência daquele cujo poder não é limitado e cuja mão não está encurtada. Assim, no arrependimento do homem e no derramar das bênçãos de Deus sobre seus filhos, seu povo escolhido, até mesmo os animais da terra serão agraciados e terão as dores apaziguadas.
Lendo esta passagem me lembrei da parábola do grão de mostarda de marcos 4, onde Jesus compara o crescimento do Reino de Deus ao crescimento de uma minúscula semente de mostarda que vem a se tornar uma grande hortaliça, com ramo firmes e que até aninhavam os pássaros. É significativo ter em mente que o Reino de Deus crescerá pelo poder do Espírito, dentro dos nossos corações, mas se manifestará no mundo visivelmente e abençoará toda a criação por meio daqueles a quem ele chamou para seu reino. Ele abençoa, cuida e corrige. Em seu amor ele abençoa e cuida não apenas do homem, criado à sua imagem e semelhança, mas de toda a natureza, que manifesta sua glória e que foi por ele declarada como boa na criação Ao corrigir o homem de seus erros, Deus está cuidando não apenas do homem mas de todo o universo criado.
PONTO 5 – DEUS DECLARA COMO SE DARÁ O SEU CUIDADO (Versos 23 e 24)
Filhos de Sião, alegrem-se e exultem no Senhor, seu Deus, porque ele lhes dará as chuvas em justa medida; fará descer, como no passado, as primeiras e as últimas chuvas. As eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de vinho e de azeite.. (Joel 2:23-24)
Avançando, temos aqui nos versos 23 e 34 Deus voltando suas palavras aos seus filhos. Ele usa a figura do monte Sião, lugar onde estava Jerusalém, para declarar o envio das chuvas, das águas e confirmar o crescimento das suas plantações. Ele fala a respeito de como o crescimento será dado pelo próprio Deus. É um compromisso do Senhor diante da contrição de pecadores. Essa figura do transbordar dos locais de armazenamento apontavam desde já para aquilo que o seu espírito iria operar em meio ao seu povo. Diante da promessa a respeito de coisas materiais, necessárias para o sustento da Vida, Deus estava prometendo igualmente a riqueza espiritual.
Mais uma questão de cosmovisão que precisa ser frisada em nossas mentes e corações. Não existe uma dicotomia, uma oposição entre o mundo material e universo espiritual. Existe uma oposição entre aquilo que Deus criou e declara como bom e aquilo que foi corrompido e está estragado. Existe uma dicotomia entre um homem santificado, limpo pelo sangue de Cristo e o homem caído, carnal, imerso em pecado.
Mas o homem foi criado pelas mãos de Deus moldando a matéria e soprando nEle o espírito. A igreja é então a comunhão daqueles que foram lavados pelo sangue do cordeiro e hoje tem em si a habitação do Espírito. Na eternidade estaremos para sempre na presença do Senhor, em novos cúes e nova terra, mas também em corpos glorificados. As almas dos fieis aguardam a ressurreição em corpos glorificados.
Lembrem-se que a oposição é entre o que é puro e impuro. Não entre o que é espiritual e o que é material. Deus é espírito mas se alegra naquilo que criou. Seu desejo é a consumação de seus propósitos será na restauração de toda a criação, existindo em comum propósito com aquilo o universo celestial. Nisto se manifestará a compaixão de Deus pelo seu povo.
PONTO 6 – DEUS CONFIRMA QUE AS LUTAS FORAM ENVIADAS POR ELE (Verso 25)
Restituirei os anos que foram consumidos pelos gafanhotos — o migrador, o devorador e o destruidor —, o meu grande exército que enviei contra vocês. (Joel 2:25)
E ainda pensando em Abençoar, cuidar e corrigir, adentramos ao versículo 25 de forma mais clara ainda nos aponta para a compaixão de Deus também na sua correção. Aqui ele afirma que irá abençoar seu povo ao restituir aquilo que foi perdido. Em específico está falando das lavouras e de tudo o que foi consumido pelos 3 exércitos de gafanhotos que foram lançados sobre Israel. Mas o que não deveria surpreender a ninguém, mas que ainda hoje surpreende a alguns, é a afirmação do próprio Deus de que foi Ele quem enviou contra Israel as três nuvens de gafanhoto. Se Deus, em Habacuque, usou até mesmo de uma nação ímpia como a Babilônia para corrigir e exercer disciplina sobre seu povo rebelde, por que nos surpreenderíamos em vê-lo usando da natureza que Ele mesmo criou e sustenta?
Eu enviei contra vocês quando estavam em rebeldia. Eu enviei contra vocês quando estavam imersos em seus pecados. Eu enviei quando o sono da morte os envolvia para que assim fossem despertos ao arrependimento! A disciplina do Senhor é dolorosa mas redunda em vida! A correção do Senhor é sentida na pele, mas é para a vida! Isto é compaixão! Como a compaixão de um pai pelo filho que se envereda pelos caminhos da morte e lança-se sobre o filho a fim de impedi-lo que avance para algo que irá matá-lo.
PONTO 7 – DEUS DECLARA QUE O POVO RECONHECERÁ SEU PODER, SUA PRESENÇA, O LOUVARÁ POR ISSO E NÃO MAIS SERIA ENTREGUE A VERGONHA (Versos 26 e 27)
Vocês terão comida em abundância e ficarão satisfeitos, e louvarão o nome do Senhor, seu Deus, que fez maravilhas em favor de vocês. E nunca mais o meu povo será envergonhado. Vocês saberão que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor, o Deus de vocês, e que não há outro. E nunca mais o meu povo será envergonhado.". (Joel 2:26-27)
O cuidado do Senhor se manifesta também ao capacitar o povo a reconhecer sua mão. Há algo singular aqui nestes dois versos. Não é raro vermos pessoas se afastando de seu compromisso com o serviço ao Senhor quando estão satisfeitas. É muito natural vermos joelhos dobrados e corações derramados quando as dores e a aflição se lançam sobre nós. Mas no tempo de bonança isso acaba se tornando menos frequente. Não que o verdadeiro cristão não reconheça de onde vem seu sustento, mas se em uma oração pela vida, pelo aniversário de seus filhos ele louva ao senhor em uma oração 1 minuto e 45 segundos, ao clamar pela vida de uma criança que está internada, seu choro diante do Criador naturalmente se estende noite adentro.
Mas aqui Deus declara que irão auxiliar seu povo a reconhecer que a abundância e a satisfação deve conduzi-los a uma postura de louvor. E este é o ponto aqui. Sabemos que Deus está no nosso meio. Isso não nos deve conduzir a uma postura de comodidade mas de louvor. Não precisamos adentrar as noites em pranto e choro, mas será que não deveríamos dobrar nossos joelhos e com lágrimas de alegria adorar ao Deus da nossa salvação?!
Estas são promessas de Deus que demonstram sua compaixão por nós. Ele nos abençoa no presente e promete abençoar no futuro. Ele cuida de nós no presente e promete continuar cuidado. Ele nos corrigiu, corrige e nos sustentará em santidade, para que assim possamos testemunhar do seu amor. No passado e no presente, vemos as bênçãos, o cuidado e a correção de Deus. E futuramente? Como isso se dará? Ele prossegue nos versos seguintes:
PONTO 8 – DEUS PROMETE DERRAMAR SEU ESPÍRITO (Versos 28 e 29)
"E acontecerá, depois disso, que derramarei o meu Espírito sobre toda a humanidade. Os filhos e as filhas de vocês profetizarão, os seus velhos sonharão, e os seus jovens terão visões. Até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. (Joel 2:28-29)
Depois das dores pelo pecado;
Depois do arrependimento e confissão;
Depois do socorro imediato e de testemunharem da mão do Senhor agindo em seu favor, Deus informa ao seu povo que viria e derramaria o Seu Espírito sobre toda a humanidade.
Vejam como a métrica da profecia de Joel é perceptível na profecia de Isaías sobre o derramar do Espírito:
Sobre a terra do meu povo virão espinheiros e ervas daninhas. Chorem também por causa de todas as casas onde há júbilo, na cidade cheia de alegria. O palácio será abandonado, a cidade populosa ficará deserta. Ofel e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre, para alegria dos jumentos selvagens e pastagem dos rebanhos. Isso será assim até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto. Então o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque; a retidão habitará no deserto, e a justiça morará no pomar. O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça será repouso e segurança, para sempre. (Isaías 32:15-17)
Que benção! Não há maior bênção para o morto do que herdar a vida. Não há maior bênção para aquele que estava condenado a morte, do que ser resgatado. Não há maior bênção para aquele que estava entregue ao reino das trevas do que ser comprado e resgatado para o reino da Luz. Não há maior bênção para o escravo, par ao servo, do que ser considerado como filho. E com certeza, não há maior bênção para o filho do que recebido pelo Pai e ter intimidade com Ele.
PONTO 9 – DEUS PROMETE A CHEGADA DO DIA DO SENHOR (Versos 30 e 31)
Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se transformará em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor.". (Joel 2:30-31)
É isto que o Senhor declara que irá operar pelo seu povo no final dos tempo. Ele declara que esta restauração que se iniciou no processo de disciplina de Israel, culminará no . Mas esta não é a única promessa. Ao contrário, o derramar do Espirito marca o início dos últimos dias e aponta para o Dia do Senhor. Sim, o sexto selo aberto pelo cordeiro, como o registrado e profetizado em apocalipse, capítulo 6 verso 12, coincide com o escurecer do sol e a lua tornando-se em sangue. Estes acontecimentos revelam que o dia do Julgamento sobre toda carne está chegando. Ele é iminente e força alguma pode detê-lo.
Se a disciplina do Senhor é dura e desafiadora, o profeta registra que nada era diante dos prodígios que o Senhor iria operar no futuro. Ao olhar para a história do povo, de como foi liberto do Egito por meio das
PONTO 10 – DEUS SALVARÁ QUEM CLAMAR POR SEU NOME E TERÁ EM SIÃO AQUELES QUE ELE MESMO CHAMAR (Verso 32)
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar. (Joel 2:32)
Em Miquéias capítulo 5, verso 3, na profecia da vinda do messias, encontramos:
3 Portanto, o Senhor os entregará até o tempo em que a que está em dores tiver dado à luz; então o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. (Miquéias 5:3)
E ainda
7 O remanescente de Jacó estará no meio de muitos povos como orvalho do Senhor, como chuvisco sobre a relva, que não espera pelo homem, nem depende dos filhos de homens. (Miquéias 5:7)
Estas declarações apontam não apenas para a forma como o povo de Deus permeia as demais nações, como os judeus em meio a outros povos serão chamados de volta a Sião, mas também de que este chamado alcançará aos servos e servas que o Senhor tem em outros lugares.
CONCLUSÃO
Bênçãos do Senhor, Cuidado e Correção. O espírito foi derramado. Mas esta promessa se cumpriu. Isto aponta para a iminência de que a promessa do Dia do Senhor também se cumprirá. O que devemos fazer? Reconhecer, louvar e bendizer. Profetizar, sonhar e ministrar na vida uns dos outros pelo Espírito, na expectativa da volta do Senhor!